Instituição de Longa Permanência
Muitos são os termos usados para se referir a um espaço onde se abrigam pessoas idosas em convivência: casa de repouso, asilo, abrigo… O termo que usarei neste texto é ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos, adotado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e amplamente utilizado.
Segundo a ANVISA “as ILPIs são instituições governamentais e não governamentais destinadas a propiciar atenção integral em caráter residencial com condições de liberdade e dignidade, cujo público alvo são as pessoas acima de 60 anos”.
ILPIs na sociedade brasileira
O papel das ILPIs na sociedade brasileira vem mudando ao longo dos anos a meu ver por dois motivos: o crescimento exponencial da população idosa mundialmente e também no Brasil e a mudança do perfil feminino na sociedade.
A elevação do número de idosos (que tende a aumentar cada vez mais) levou a descoberta de mais doenças que acometem essa faixa etária da população. Com o advento de novas tecnologias e conhecimentos, essas doenças foram sendo combatidas ou ao menos controladas, gerando redução da mortalidade e aumento de sobrevida, ou seja, surgimento de idosos cada vez mais velhos.
A mulher, principalmente as filhas, que antes ficavam em casa cuidando da família, e consequentemente dos parentes mais velhos, hoje trabalham fora e tem vida social mais ativa e atribulada. É uma mudança sociocultural indiscutível.
As ILPIs, então, surgem como uma alternativa de espaço e cuidados específicos para essa parcela da população que tende a ser naturalmente mais dependente, frágil e muitas vezes portadora de doenças debilitantes como o Alzheimer, que gera grande sobrecarga ao cuidador.
É preciso que os estigmas e preconceitos sejam de fato eliminados para que possamos entender as mudanças da sociedade atual e a necessidade de dispormos de uma boa estrutura, seja ela casa própria ou ILPI, para atendimento adequado dos nossos idosos, visando a promoção de saúde segundo a definição da OMS _ “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Texto: Dra. Michele Dias – Geriatra da ACASA Unidade Tijuca e Cosme Velho