Feridas em Idosos. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como “ um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte ”.
Dessa forma, a pessoa idosa apresenta um declínio funcional natural do processo de envelhecimento, podendo gerar a presença de incapacidades únicas ou múltiplas. As alterações visíveis na pele dos idosos são alterações provenientes do próprio processo de envelhecimento cutâneo, bem como conseqüências da constituição genética e fatores ambientais.
A pele é considerada um dos órgãos que mais sofre transformações com o envelhecimento, e de uma maneira geral as principais alterações são: secura, aspereza, rugas, flacidez, por diminuição da sua espessura, redução da elasticidade, redução da secreção de sebo pelas glândulas sebáceas, resposta imunológica comprometida, como também, diminuição do leito vascular, com fragilidade dos vasos sanguíneos e uma variedade de lesões benignas.
O tempo de cicatrização das feridas chega a ser duas ou três vezes maior do que de uma pessoa jovem, pois a taxa de renovação celular diminui ao longo da idade, o colágeno e a elastina também sofrem alterações, fazendo com que a pele envelhecida se torne um tecido mais rígido, inelástico e irresponsível a tensão, com menor capacidade ao estresse e trauma, sendo mais suscetível ao surgimento de feridas.
O tratamento de feridas é algo muito antigo, por séculos vários agentes são aplicados sobre as lesões. Observamos diversas variações com o objetivo de obtermos melhores resultados cicatriciais em menor tempo possível. Uma ferida é representada pela interrupção da continuidade de um tecido corpóreo, em maior ou em menor extensão, causada por qualquer tipo de trauma físico, químico, mecânico ou desencadeada por uma afecção clínica. O tratamento de lesões de pele é algo extremamente longo e muitas vezes causam conseqüências desconfortáveis para a pessoa idosa.
Assim, as intervenções de cuidados na pessoa idosa deve sempre ser buscando a recuperação da autonomia, independência do indivíduo e prevenção das complicações geradas pelo processo do envelhecimento. Esse declínio fisiológico descrito na pele do idoso faz com que a mesma, fique mais vulnerável a ferimentos e lesões, fazendo com que o foco deva ser sempre na manutenção da prevenção, buscando manter a pele hidratada, uma nutrição adequada e evitando ao máximo o confinamento do idoso ao leito, gerando o máximo de mobilidade possível.
Texto: Rejane Prado – Enfermeira do grupo ACASA – Unidade Cosme Velho